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Casa Pereira Narvaes

A Casa Pereira Narvaes é marcada pelo uso de materiais naturais e pela exuberante natureza que a rodeia.

Ficha técnica

  • Arquitetura: SUCRA Arquitetura + Design
  • Gerenciamento/Coordenação: SUCRA Arquitetura + Design
  • Projeto de Interiores: SUCRA Arquitetura + Design
  • Projeto de Paisagismo: SUCRA Arquitetura + Design
  • Projeto e/ou Consultoria de Esquadrias: Dalmax Esquadrias
  • Projeto e/ou Consultoria em Vedações: Dalmax Esquadrias

Caixa de concreto inserida na paisagem

Texto: Nuri Farias

A paisagem de Caxias do Sul (RS) direcionou não só a escolha dos materiais como a maioria das decisões tomadas no projeto arquitetônico da Casa Pereira Narvaes, assinada pelo escritório SUCRA Arquitetura + Design.

Inserida num lote de 2.000 m², a residência tanto integra quanto contrasta com o local em que foi construída, deixando evidente a relação com o entorno, principalmente, com a montanha inclinada nos fundos que norteia a volumetria.

O desejo dos clientes era de ter uma moradia funcional e de fácil manutenção, com aparência contemporânea e urbana, apesar de estar fora da cidade. “Eles queriam que ela fosse simples, no uso dos materiais aparentes, mas ao mesmo tempo elegante e criativa nos detalhes e espaços”, esclarece Marcos Sucra, arquiteto responsável.

Materiais locais

A premissa foi deixar os materiais expostos, sem revestimento e adequados à natureza. O volume de concreto na fachada sul destaca a Casa Pereira Narvaes na paisagem.

No bloco da área social, para evitar um ambiente muito rústico, alguns cuidados de acabamento foram tomados, mas sem afetar a decisão inicial. Por exemplo, no teto de concreto, a forma da laje foi montada com ripas de madeira pinus lixadas.

“Em geral, os construtores locais usam pinho, que acaba marcando a superfície com os nós da madeira, dando um aspecto mais irregular. Ao lixar o pinus, o teto ganhou aparência mais leve, de um plano liso, sem grandes contrastes de textura e de cor”, menciona o arquiteto.

A mesma estratégia foi usada nas paredes, com tijolos de forma e cor regulares. O rejunte foi levemente escurecido para se aproximar mais da cor do tijolo e não ficar com variação na sua altura, gerando uma parede mais homogênea e menos rústica. De uma certa distância, a parede parece uma superfície lisa e avermelhada.

Eles queriam que ela fosse simples, no uso dos materiais aparentes, mas ao mesmo tempo elegante e criativa nos detalhes e espaços

Marcos Sucra

Já o aço pintado de preto, aplicado no guarda-corpo, foi escolhido por interferir pouco na vista e assemelhar-se visualmente com a mata nativa.

A parede do banheiro sobe e esconde a caixa d’água em um único volume e flutua na entrada da residência.

O telhado verde se funde à paisagem e não obstrui a vista dos dormitórios. A janela junto ao piso de madeira cumaru no corredor íntimo ilumina a passagem e ao mesmo tempo dá privacidade aos moradores.

Os materiais utilizados são de fácil obtenção e manuseio pela mão de obra local, além de já estarem culturalmente e tecnicamente absorvidos. Sucra explica que optou pelo uso de materiais ‘brutos’ visando obter o desenho idealizado pelos moradores. “A altura da parede de tijolo aparente na área social estava definida pela laje de cobertura. Foi feito um cálculo minucioso para que na última fiada de tijolos não houvesse corte do material”, complementa.

O ajuste foi feito através da altura do rejunte, de maneira que, além do tijolo não ser cortado, a parede transmitisse a impressão de não encostar na laje através do recuo da última linha de rejunte. Esse ponto criou uma espécie de rodaforro negativo, dando leveza ao encontro dos materiais.

Projeto de interiores

A casa é configurada por três blocos: o íntimo e o social – paralelos e em níveis diferentes – e o bloco transversal de circulação vertical, que os une

A sala de estar, integrada à de jantar e à cozinha, é separada da zona da churrasqueira pelo mobiliário, evitando paredes internas que compartimentam e "engessam" os ambientes. O dormitório destinado aos hóspedes não fica na zona íntima, o que dá maior privacidade tanto aos moradores quanto aos convidados.

No projeto de interiores, feito com a colaboração dos moradores, houve uma mistura de estilos. Algumas peças antigas de família foram reformadas e misturadas às peças clássicas do design brasileiro, como a poltrona ‘Paulistano’ de Paulo Mendes da Rocha. O sofá e as mesas laterais são assinados pelo Estúdio Bola. Nas paredes, a maioria dos artistas são gaúchos, como Patrick Rigon, André Bergamin, Kátia Prates, entre outros.

“Luminárias da Diesel, a conceitual Loop, de Voon Wong, designer de Singapura, e a clássica Mico, do designer italiano Elio Martinelli se misturam a outras luminárias antigas garimpadas em antiquários. Uma estante da Zaha Hadid e uma bergere antiga dividem o ambiente com cadeiras de plástico vermelhas da Maggi”, conclui Sucra.


Fornecedores desta obra

Esquadrias de PVCREHAU
TintaSherwin Williams
VidrosGuardian
MobiliárioFaro Design
Piso de madeiraForster Pisos
LumináriasLuzes do Mundo



Local:

RS, Brasil

Início do projeto:2012
Conclusão da obra: 2014
Área do terreno:2.000 m2
Área construída: 724 m2

Tipo de obra:

Residência
Tipologia:Residencial
Materiais predominantes:Aço / Concreto / Madeira / Tijolos / Vidro
Diferenciais técnicos: Design / Eficiência Energética / Eficiência Térmica / Interiores
Ambientes e Aplicações:Banheiros
Coberturas planas e inclinadas
Cozinhas
Dormitórios
Escadas internas
Janelas e portas externas
Pilotis
Salas de estar
Salas de jantar
Telhados verdes
Vistas e paisagens
Fachadas de casas
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